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CostaPé2019

Grande Caminhada de 1.200 kms pela costa Portuguesa

com cheiro a mar!...

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 Cronica de Março  do Projeto Costapé2019.

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25.04.2019 COSTAPE: Etapa 4A

Aveiro(Barra) - Praia da Tocha.    40 kms

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Quarta-feira, 24: Aveiro, cidade linda e doce

 

Chego de comboio a Aveiro, na véspera da etapa-rainha, pois tinha combinado encontrar-me com um casal amigo. Passeamos, conversamos e dá para provar um doce típico: Tripa de ovos moles. De vez em quanto, cai granizo - e eu de calções. É muito agradável andar a conhecer um pouco desta linda cidade e ouvir algumas histórias sobre Aveiro contadas pelo meu mais antigo amigo, Rui Vaz. O tempo passa a correr.

Vamos esperar os Antónios, o Carvalho e o Gonçalves, à estação. Vêm no mesmo comboio. Ao jantar, acertamos a estratégia, aproveitando o facto de termos um carro que levaria as coisas mais pesadas para o fim de cada etapa. Vamos poder andar um pouco mais depressa e mais leves.

Ficamos muito bem instalados, num bungalow espetacular do Parque da Barra. Durante a noite, ouve-se o granizo misturado com chuva forte e rajadas de vento. Mau sinal para amanhã.

Despesas: Transporte - €15,20; Jantar - €13; Dormida - €80€ (3 pessoas)

 

Quita-feira, 25: Aveiro – Praia da Tocha, 40 kms

 

Chegamos à quarta etapa deste projeto, a maior: 150 quilómetros em quatro dias. Acordo às 5h30 para ter algum tempo extra e dividir as coisas por duas mochilas, a maior com tudo e uma mais pequena com o essencial para ter autonomia ao longo deste dia. Já todos acordados, o Carvalho, eu e o Gonçalves, aguardamos para iniciar a caminhada num intervalo de nuvens negras, sem chuva. O Rui e a esposa, a Fernanda, que moram perto, iriam mais tarde buscar as nossas mochilas para as levar até ao Parque da Tocha.

Vamos diretos à foz da Ria de Aveiro e paramos para apreciar o farol da Barra, o mais alto de Portugal e um dos mais altos do mundo. O tempo está agreste e, no mar, as ondas nem chegam a enrolar. Passamos para o lado da Ria e caminhamos pela ciclovia da Costa Nova. Tira casaco, põe casado, a chuva e o granizo fazem-nos encolher e prosseguir. Os carros passam por nós com muito cuidado, por causa das poças. O Carvalho leva um poncho e eu mais o Gonçalves um corta vento. Olhamos para o céu, na tentativa de contornar as negras nuvens, às vezes com êxito.

A cadência da chuva vai diminuindo, e o sol enchoçando a roupa e secando o terreno. Horas mais tarde aparecerá o nosso veículo, com o Rui a perguntar se precisamos de alguma coisa, mas segue tudo bem. Sempre pela estrada, até um pouco depois da Vagueira, e finalmente pés na terra. Agora é o Vento. Depois do caminho de terra, vem o areal. Junto ao mar, a areia tocada a vento tranforma-se numa espécie de agulhas e entra em todo lado. Parece que estamos a ser literalmente varridos.

Ao almoço, comemos uma sopa na Praia de Mira e preparamo-nos para um dos troços mais áridos até agora percorridos. Vamos juntos e a brincar com o Gonçalves, por estar sempre a vestir e a despir o casaco. Entramos num caminho muito duro e de difícil progressão. Areia e mais areia, com alguns desvios. Trilhos feitos por veículos 4x4. Levo umas plainas para estas ocasiões, valem ouro. O Carvalho vai de botas e o Gonçalves de sapatilhas que com o peso dele nem se enterram.

Caminhamos agora com alguma distância entre nós, o da frente encontra o melhor caminho e os outros vão atrás. As conversas não surgem com fluidez, ao contrário do que muita gente pensa. Quando temos grandes distâncias a percorrer e enfrentamos dificuldades, reina o silêncio. Só a visão trabalha, o diálogo é interior. De vez em vez, lá se ouvem uma ou duas palavras, a quebrar a monotonia. Tentamos colocar o pé em terreno o mais firme possível, serpenteando em volta do trilho dos jipes. O GPS nestas circunstâncias é uma grande ajuda, pois estamos noutro mundo. Os bastões dão jeito para equilibrar, subir e descer pequenos morros com pequenos arbustos e raízes.

Etapa difícil, a bom ritmo. Por vezes olhamos para trás para nos controlarmos uns aos outros. Depois de tantos quilómetros juntos, já nos conhecemos. Basta um olhar para sabermos se está tudo bem. Não é para qualquer um: 17 kms em areia, com mochila às costas, a uma média superior a 4 km/h. O cérebro é magnífico: desliga as partes do corpo doridas e foca-se no objetivo de chegar ao fim rapidamente.

Mesmo no fim deste troço, já com a Praia da Tocha à vista, vem uma nuvem e descarrega sobre nós toda a raiva, como se nos quisesse pôr à prova. Um teste de sobrevivência e um banho de água fria. Chegamos que nem uns pintos ao Parque de Campismo da Tocha, satisfeitos de estarmos bem fisicamente. Pensamos sempre como ficamos para o dia seguinte.

Lá estão as nossas mochilas, que o Rui e a Fernanda tinham transportado. Antes do banho, uma cerveja para aliviar o calor interior. Ficamos bem instalados, à-vontade, uma vez que que estamos na época baixa. Depois do banho, vamos jantar. Acertamos no restaurante: preço e qualidade muito bons. Entre bifes e chocos com vinho da casa, saímos super satisfeitos. O corpo, dorido, pede cama. Porque é na cama que ele revigoriza. E amanhã há mais areia...

 

 

Despesas: Almoço - €4,6; Jantar - €17,30; Dormida - €64 (3 pessoas)

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Video:

Trak:

Participantes:

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Pimenta
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Carvalho
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Gonçalves
Transporte, dormidas e refeições
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Intercidades

Entroncamento Aveiro

14 €

Almoço: 4.6€

Jantar: 17.30€

Dormida: 64€ por 3 = 21€

PPimenta

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Galeria 4A

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