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CostaPé2019

Grande Caminhada de 1.200 kms pela costa Portuguesa

com cheiro a mar!...

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 Cronica de Dezembro  do Projeto Costapé2019.

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Etapa 14A:

 

Sexta, 27 de dezembro:

Mais uma vez o expresso leva-nos para Sul. O tempo está um pouco cinzento. Eu e o António aproveitamos para dormir um pouco. Saímos cedo de Lisboa e até Lagos são quatro horas de viagem. O autocarro vai quase vazio e à medida que que nos aproximamos do Sul aparecem pessoas de várias etnias. Parece que estamos na Ásia: uns falam alto, outros ouvem música do próprio país, enfim, ambiente muito poliglota.

Na estação de camionagem em Lagos, apanhamos outro autocarro em direcção à Praia da Luz. O tempo está mais ameno, na simpática vila à beira-mar. Vem-nos à memória a triste história da Madie e imaginamos todo o rebuliço em volta deste povoado tranquilo.

Arrumamos as coisas num apartamento emprestado por um amigo e colega, o Luís Godinho. Dá-nos muito jeito: água, luz e gás, tudo ligado e preparado para duas noites. Saímos para procurar um local para almoçar, apesar da hora já adiantada. Escolhemos uma pizaria ali perto. Apesar de ser época baixa, alguns restaurantes estão abertos e os preços das refeições são de algum modo elevados.

De seguida, desmoemos um pouco e vamos conhecer melhor a vila e a praia. As palmeiras dão um toque tropical, mas não escondem o ambiente britânico desta terra.

Anoitece e voltamos a jantar no mesmo sítio, por sinal com um atendimento muito simpático. Já tenha a indicação de que o Luís Medeiros e a Idalina vão de madrugada ter connosco à Praia da Luz. Deitamo-nos cedo, pois espera-nos um dia espectacular.

 

Despesas: Transportes – €25; Refeições – €24

 

 

Sábado, 28 de dezembro: Praia da Luz – Portimão, 35 kms

 

Nem é preciso despertador: às seis da manhã começamos a preparar as coisas. O António tinha dormido bem e despacha-se depressa. Eu como os meus cereais, pego na mochila pequena e saímos. A vantagem de termos um poiso fixo é que podemos deixar sempre a maior parte da carga para assim aliviarmos algum peso na caminhada. O encontro está marcado para as sete, em frente à igreja da Luz. E lá estão eles, aparecidos do meio de escuro. Esperamos um pouco até o sol nos mostrar o caminho.

Para começar, uma bela subida até ao marco geodésico que nos presenteia com uma belíssima paisagem da linha costeira. O tempo está limpo e as cores fortes, a do mar e a do céu. Espectaculares. Caminhamos por um planalto, de frente para o sol. A temperatura tolera-se de manga curta e calções, em pleno dezembro.

Rapidamente chegamos a Lagos onde paramos para beber um café. Passamos por uma ponte pedonal na Ribeira de Bensafrim, que nasce na Serra de Espinhaço do Cão. Também passamos pela velha estação da CP, que é uma pena não ser aproveitada para fins turísticos, encontrando-se em estado de degradação.

O caminho é agora plano e mais urbano. Depois de algumas centenas de quilómetros, estamos encostados à civilização. A Idalina vai tirando umas fotos, o António e o Luís conversam e contam histórias de outras caminhadas. Eu estou bem, sempre a deliciar-me com as surpresas que me traz esta grande viagem. Entramos numa zona com lodo, onde as pessoas andam de cabeça baixa a apanhar minhocas ou crustáceos.

Tal como previsto, temos de dar uma grande volta, devido à Ribeira do Alvor. Mas não há melhor do que estar no terreno para escolher ou procurar alternativas. Junto à linha do comboio, há um carreiro que indica a passagem de pessoas com alguma frequência. Depois de conferenciar com o António, o Luís e a Idalina, arriscamos. Sabendo que é proibido e que dá direito a coima, atravessamos a ponte metálica do caminho-de-ferro. Poupamos mais do que uma hora, sempre são menos quatro quilómetros. O pior é que temos de caminhar na EN125, mas basta-nos 20 metros para passar para a outra margem. Sem colocar ninguém em perigo, vale a pena. A seguir, caminhamos pelas antigas salinas, ziguezagueando por um caminho batido ladeado de água.

Chegamos ao Alvor para almoçar. Sentamo-nos num muro de pedra junto às esplanadas e fazemos um pequeno piquenique. Falta a bebida. Arriscamos ir ao bar comprar umas cervejas. Por força, insistem em que nos sentemos no bar e para nos servirem as cervejas, vamos lá saber porque… Compreendi que a dois euros cada dá direito a sentar, mas preferimos beber fora do perímetro, a ver a praia. O abastecimento é atum com ovo cozido, batatas e maçã. Ficamos por ali uma meia hora, a comer nas calmas. Falta o café. Voltamos ao bar e só nos dão o café na mesa, a um euro cada. Enfim, sem mais comentários, para frente é que é o caminho. Lembro-me muitas vezes das gentes do norte…

Avançamos por um trilho muito sinuoso, cheios de algares, pequenas praias e muita gente a circular. Portugueses e estrangeiros, especialmente grupos de espanhóis em grupo e com guia. O tempo continua óptimo. Vemos alguns turistas a fazerem este percurso até à Praia da Rocha. É lindíssimo, muito rendilhado, um pouco trabalhoso, mas muito variado, sempre entre as habitações e as falésias. Estas sempre bem sinalizadas, devido às derrocadas.

Tinha recebido um telefonema de um amigo que queria estar à minha espera em Portimão para bebermos um coepo. É lá que terminamos. Um pouco antes da Praia da Rocha, andamos um pouco mais para o interior, a inventar um bom trajeto até à praia. E finalmente ali está ela. Seguimos perto uns dos outros, estamos em cima dos 30 kms e ainda falta aproximadamente uma hora ate Portimão. Andamos pela marginal, enquanto eu recuo uns 45 anos no tempo, quando aqui fazia férias com os meus pais e tios, época da inocência.

Sempre com um pouco de ansiedade à medida que a meta se aproxima, pisamos finalmente o calçadão de Portimão. Estamos todos cheios de sede. Vejo o meu amigo Jorge Bernardino e sai um grande abraço à nossa chegada. Sentamo-nos na esplanada de Casa do Inglês e quase morremos à sede. Perto de 30 minutos à espera, e nada. Mudamos para o quiosque da frente e aí, sim, a vingança serve-se gelada. Beber assim cerveja à caneca no Inverno pode parecer estranho, mas faz calor e tínhamos mais de 10 horas de marcha nas pernas.

O Luís e a Idalina hospedaram-se na Pousada da Juventude e tinham passado mal a noite. O Bernardino dá-nos boleia até lá. Dali o Luís oferece-se para nos levar de regresso até à Aldeia da Luz. Esperamos um pouco por eles, entre a gritaria de dezenas de miúdos escuteiros que também ali estavam a pernoitar. Condições difíceis para dormir.

Chegamos à Praia da Luz já de noite. Eu e o António tomamos um banho rápido, enquanto o Luís e a Idalina passeam pela vila. Encontram o padre da paróquia e conversam sobre o passado e o futuro, com direito a visitarem a igreja. Imaginem onde jantamos? Isso mesmo! Outra vez na pizaria. Só muda a comida. Ficamos gratos pelo transporte e companhia. Antes de irmos dormir, ligo para o serviço de táxis a pedir um serviço para domingo às seis horas da manhã. Uma nova aventura aguarda-nos.

 

Despesas: Refeições – €15; Outras – €10

 

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Video:

Trak:

Participantes:

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Galeria 14A

PPimenta

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