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CAMINHO:
SISTELO - ARCOS DE VALDEVEZ

As 7.30 estávamos na rua e os primeiros raios do sol clareavam o céu. Esperava-nos uma descida algo técnica pois as pedras no pavimento e a água que corria sobre elas tornava-se algo mais perigoso. Caminhos milenares, caminhos murados de pedras cobertas de musgo, com alguns vestígios de outras civilizações. Estávamos a descer para subir um pouco até ao Sistelo. As subidas são sempre ingremes por estes lados. Pontes oitocentistas atravessam o Rio Vez e de uma arquitetura muito singular. Passeamos um pouco pelas ruas é espetacular toda a envolvência serrana, o barrulho das aguas. Chamam-na “Pequeno Tibete Português” Dei uma volta à igreja e numa vista de cabeça levantada fiz os 360º ainda o sol estava escondido. Cafés fechados, vale a comida que levávamos na mochila. A Graça, companheira de viagem estava estupefacta e não era para menos. Em cada canto tínhamos a tendência de fotografar. “Sistelo guarda ainda toda a beleza rural ancestral e tem nos seus fabulosos socalcos uma marca identitária, única em todo o país. Moldados durante centenas de anos pela mão humana, são o ex-líbris da povoação e verdadeiras representações do convívio secular entre o Homem e a Natureza.

Os socalcos de Sistelo representam a forma inteligente de obter rendimento agrícola e pecuário, construídos para tornarem as terras mais produtivas, guiando a água para as mesmas através de levadas ou regadios. Foram esculpidos durante gerações e gerações, sendo cenário da criação das conhecidas raças autóctones de vacas Cachena e Barrosã. Esses socalcos que compõe o cenário do "pequeno Tibete português" permitiam, assim, que os aldeões conseguissem tirar os seus produtos desta terra bastante fértil, na forma de agricultura de subsistência, onde o cultivo do milho ocorre já desde o século XVI, por exemplo. Eles serviram ainda para moldar as construções que se amontoam num centro e outras, mais solitárias, espalhadas pelos montes. A zona central da povoação guarda uma forte memória dos ritmos de outrora, com um foco de espigueiros, uma fonte, um típico casario, e a singular Casa do Castelo de Sistelo, edificada em meados do século XIX.”

Para sairmos do Sistelo descemos umas escadas com uns degraus bem altos a aumentar o impacto nos joelhos. Finalmente entramos na ecovia do Vez, são perto de 20 kms a beira rio, com alguns passadiços, sem cafés ou bares pelo meio. Mas lindíssimo, mesmo do mais belo que há por ai. Imagino ver esta ecopista depois de um inverno rigoroso.... Espetacular com uma paisagem fotográfica brutal. Um paraíso de água límpida. O intercalar de passadiços e, terra e asfalto mais ao fim. Como era domingo, a meio da manhã começamos a cruzar-nos com pessoas que caminhavam num estilo mais energético, mais tarde vinham a caminhar os seus cães e finalmente as que faziam caminhada pós almoço. O nosso passo acelerava pois tinha-mos horas marcadas com o Expresso. Vale a pena visitar este vale mágico independente da distancia é extraordinário até ao fim. Cascatas, espelhos de água, rápidos, diques, represas, poldras, etc Lindo. Depois de algumas dezenas de fotos chegamos a Arcos de Valdevez. Tempo só para comer qualquer coisa numa esplanada e embarcar. Foi um fim de semana fantástico com caminhos cheios de historias e acabamos com a cereja no topo do bolo. A Graça ficou radiante com todo o percurso e estou grato pela sua companhia.

Pedro Pimenta.

20.02.22

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GALERIA:

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