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CAMINHO:
PONTE DE LIMA - VILA VERDE

Mais uma caminhada/ passeio por recantos profundos de Portugal.

Depois de um dia de trabalho e de 5 horas sentado no expresso cheguei a Ponte de Lima. Mais ou menos a hora prevista cheguei a Pousada da Juventude (que recomendo) perto das 22.30h. Depois de um breve chec-in, cama; pois a hora de acordar era as 5h da manha. Mesmo a noite estava calor quanto mais de dia, tinha que sair cedo. Como tenho esse habito torna-se mais fácil estarmos prontos rapidamente. Na receção já tinham o pequeno almoço num saco e sai por volta das 6hora. Estava em manga curta com um céu azul, ia ser duro o dia. Subir era a palavra de ordem e devagar que eu não tinha ninguém para correr. O Minho é lindo e esta zona é difrente das anteriores, toda a paisagem é muito trabalhada pelo homem. Muitas hortas, herdades tudo muito verde e produtivo. Muito gado e pastagens. Apesar de ir com a mochila mais leve levava comida e bebida para um dia em autonomia. Não se pode contar que nas povoações haja comercio aberto porque na realidade, muito dele fechou devido a pandemia. O traçado que marquei para esta etapa na realidade ficou dentro das espectativas. Estradas romanas e pontes, caminhos centenários empedrados ladeados por latadas e espigueiros, etc.

Faço por passar em pequenas aldeias e ver as igrejas a sua arquitetura. Vou admirando os solares e casas senhoriais imponentes e muitas abandonadas. A primeira paragem para comer qualquer coisa foi em Queijada junto a Igreja São João Batista. Muito bonita muito singular do seculo 13, das inquirições aos Hospitalários de grande riqueza histórica.

Pela primeira vez senti a minha integridade física em jogo pois um cão que vinha sorrateiro direto a mim.. e tive que ter calma.

Engraçado que nesta etapa vi alguns sinais de violência, alem do cão, um homem com uma espingarda no quintal, e uma mulher a passear com uma forquilha ao ombro. Tudo gente de trabalho. De volta ao meu caminho que ia de vez em vez cruzando com o Caminho de Santiago (Caminho de Torres) que vinha de Braga. (...)“De Braga a Ponte de Lima, são 40 Km entre campos e povoações, entre trilhos de terra e empedrados, entre mato e aldeias, rios, serranias, pontes, fontes e cruzeiros, unindo a via espiritual à cultural, a fé ao património.” (...). Sendo o caminho antigo compreende-se a leitura que fazemos ao percorre-lo. Nota-se a importância e as raízes da religião que foi sempre o apoio espiritual desta gente.

Curioso também foi a minha passagem numa rua estreita cheia de ilustres convidados de um casamento, bem vestidos e cheirosos e eu a passar e a pedir licença a contrastar. Na freguesia de Anais encontrei um peregrino Brasileiro “de Braga” e tivemos um pouco a falar do Caminho e dos albergues. Disse o moço depois de ter ficado num albergue sem condições ” - quando chegar a Ponte de Lima vou ficar num Hotel com SPA” . Imagino estava farto de subir e com o calor que estava bem apetecia. Nas pequenas herdades entre cabras, borregos e vacas também as pessoas tiravam o proveito da terra como podiam e saúda-as quando passava.

Mais a frente uma igreja muito interessante, Igreja Paroquial de Portela das Cobras. O caminho é espetacular, sem transito com sombras e tão variado que se torna mais fácil caminhar. As mudanças contantes da paisagem ajuda a passar o tempo. Perto de Gandra, abandono o Caminho. Com o calor o organismo começa a queixar-se principalmente nas subidas. Na Portelinha parei um pouco a sombra e comi e bibi o que tinha na mochila era um almoço ligeiro. Descansei meia hora e logo pus-me ao caminho. Esperava-me uma bela subida em plena hora de calor uma serra que me dividia de Vila Verde. É aqui que quando estamos sozinhos temos que entrar em dialogo connosco, ter calma ser ponderado e racional. Meti o piloto automático e como os borregos fazem a hora do calor, ia parando nalgumas sombras e ganhando folgo. A minha esperança era depois a descida.

Assim foi, embalei até encontrar o primeiro café aberto em 7 horas de caminhada/passeio. Apesar de ter água comigo tinha a boca toda seca que me dificultou a pedir uma cerveja. A mulher também já era velhota não percebia. Lá molhei mais um pouco a boca e as palavras lá saíram. Faltava pouco até chegar a Vila Verde. Primeiro encontrar a estação de camionagem e depois matar a sede com mais calma. A empregada de um café ja me tinha visto passar apercebeu-se logo que quando entrei vinha cheio de sede e prontificou-se a dar um copo com gelo e bebidas frescas. Foram 27 kms nas calmas e a temperatura estava bem alta perto dos 30ºC. Depois de saciar a sede apanhei o autocarro para Braga, o Comboio para o Porto e finalmente o Intercidades até a casa. Hora de chegada 22.00h. Resumindo esta 6º Etapa, e falando com algumas pessoas que ia encontrando, Portugal é lindo, mas há um Portugal profundo que esta avançar as olhos visto para o abandono. A população é muito idosa já não sai de casa os jovens cada vez menos e os que existem vão para as cidade.

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