O CAMINHO das Azuis e Amarelas
Passeio de 17 kms pelo Minho litoral . 31/09/2024
Despreocupadamente vou á minha aplicação e escolho dois pontos para caminhar entre eles, um de partida e outro de chegada. ela faz o resto. Depois altero ou ajusto a linha, e navego. Vou à descoberta e à procura de pequenas coisas que façam a diferença e que enchem a alma.
Mais uma vez fica aqui fica a dica de um comboio que inicia a sua marcha na Figueira da Foz, passa em Coimbra e vai até Valença. Chega perto da hora de almoço e regressa mesmo ao fim da tarde. Tempo mais que suficiente para dar uma bela volta a pé por onde ele pare.
Quando andamos sozinhos a interação começa logo no comboio. Conheci um casal do norte muito simpáticos com alguma idade, ajudei a senhora a ir à casa de banho e falava com o companheiro que perguntou se aquele era o meu trabalho, de andar a viajar.... quem me dera!.... Mais a frente nas muralhas de Valença encontrei os novamente e convidaram-me para almoçar. ....para uma próxima e agradeci. Fotos daqui e dali e coisa que mais me chateia são os carros e os cabos em frente aos monumentos. Fui andando o tempo foi aquecendo, era quase meio dia..
Então, dei comigo a fazer o Caminho de Fátima no sentido inverso ao de Santiago. Alguns moradores perguntaram se estava de regresso.....e palavra puxava palavra. Sem querer estava dentro do Caminho e muitos peregrinos tendencialmente estrangeiros apareciam de frente. Admirados trocávamos cumprimentos. Estava no Caminho da Costa, mas a desce-lo. Não menos fantástico seria fazer a peregrinação até Fátima. Mas alguém neste mundo não lhe quis dar tão grande Santa importância. Parei em S. Pedro da Torre para abastecer, uma sandes, uma imperial, pois o calor estava a disparar. Cruzes, Cruzeiros e altares, igrejas e capelas sem dúvida uma zona muito religiosa que seria o apoio desta gente durante centenas de anos.
Estava a caminhar nas piores horas do dia. Para estes dias soalheiros adquiri uns óculos espetaculares que foram à experiência e realmente evitavam a agressividade da luz solar. Já não via tantos peregrinos, mas vi um casal que ela estava exausta e quando eu lhe disse havia um tanque com água fresca a 5 minutos dali, quase que me abraçou de felicidade. Além tirar umas fotos há outra coisa que me entusiasma.. Percebendo eu de Construção Civil imagino como é que as pessoas viviam, como faziam os materiais a arquitetura, também o abandono. É como o meu cérebro estivesse sempre a processar e a ser estimulado com o que via. Ante chegar a Vila Nova de Cerveira paragem para descanso num parque com uma sombra cerrada junto a Capela de Sto. Amaro.
Já em cima dos 17 kms cheguei a V.N. Cerveira dei uma volta a muralha, fui ao centro, tudo muito bonito...muita história naquelas paredes. A vontade de descarrega o peso e tomar um banho era enorme ainda por cima caminhei com uma cinta que me abraça o abdomem.. ui tanto calor.
Finalmente a Pousada da Juventude, não estou a utilizar o estatuto de peregrino. Quarto com cama grande e casa de banho só para mim que tinha reservado no dia anterior. Gente muito simpática, riram se quando disse que ia dormir de pernas abertas Depois de um banho e de uma sesta, procurei na net de um restaurante para acabar o dia em beleza. E de repente via umas fotos de mesas simplórias e de um bacalhau á casa. Foi logo 7 mn a pé as 19h já serviam jantares. Restaurante D. Lima espetacular tudo o que um homem precisa, boa comida boa bebida, da região. Tive que esticar o vinho para acompanhar o Bacalhau estava divinal com algumas rodelas de maçã. Seguramente não vai ser um menu de peregrino. Simpatia e o bem servir é quase sempre meio caminho para o sucesso. Uma voltinha e cama. Refastelado em cima da cama de janela aberta toda a noite, tinha o corpo quente do sol que tinha apanhado. Acordei as 5 e resolvi regressar para lá voltar novamente. O comboio era as 6, mas nestas paragens e eu não sabia, podemos tirar os bilhetes no interior dos intercidades, pois
as estações estão fechadas. Mudei de comboio em Viana onde esperei pelas 7 para beber um café. Foi um passeio fantástico sempre assimilar as coisas e muita boa disposição. Cheguei a casa 4 horas depois de memória cheia.
O ir só, é sempre uma opção mas há sempre um mundo que tem que ser observado. Falado com o olhar. Resumindo tanto as azuis como as amarelas foram uma excelente companhia.
Estas caminhadas tem o propósito conhecer as coisas com a devida importância que elas possam ter na nossa história.
by PEDRO PIMENTA